Gilberto Gil é hostilizado por bolsonaristas no Catar; artistas e políticos pedem punição de agressores

O cantor Gilberto Gil foi hostilizado por bolsonaristas durante o jogo do Brasil, no Catar, na última quinta-feira (24). Nas imagens que viralizaram na madrugada deste sábado (26), Gil, 80 anos, aparece em um corredor com a empresária Flora Gil, sua esposa, quando começa a ser insultado por homens que fazem o registro.
“Vamo, Bolsonaro. Vamo, Lei Rouanet”, dizem os homens, que perseguem o artista. “Valeu, Lei Rouanet. Obrigado, filho da p*ta”, continuam, enquanto Gil segue andando.
A cantora Preta Gil, filha do artista, publicou uma nota em suas rede sociais classificando o episódio como “assustador”. Segundo Preta, ela e Gil são acostumados a conviver com o diferente de forma civilizada, inclusive ocupando os mesmos espaços.
“Eu, meu pai ou Flora jamais, em nenhuma nenhuma, iríamos atacar ou xingar um bolsonarista gratuitamente. Eu realmente acho que nem todo eleitor de Bolsonaro seja a escória da humanidade, mas esse infelizmente é e o que ele fez com meu pai foi tão agressivo, tão nojento, tão violento, que devemos sim, nos revoltar!!! O bolsonarismo mata e fere, isso tem que acabar”, publicou.
Diversos artistas e políticos publicaram mensagens de solidariedade a Gil. Caetano Veloso também denunciou o ocorrido.
“Meu irmão na música e na vida, Gilberto Gil, foi injuriado por bolsonaristas no Catar. Ele tem 80 anos e estava com sua esposa. Quero prestar solidariedade ao gênio Gil e dizer que nós, os artistas, assim como a verdadeira sociedade, esperamos que os criminosos sejam punidos”, escreveu.
Daniela Mercury disse que estava devastada ao saber das agressões ao músico. “Gil é um patrimônio cultural do Brasil. É nosso mestre. É um Deus da música. Toda minha solidariedade a ele. Todos meus esforços para achar o agressor”, postou ela, que prometeu abadá e ingresso para shows para seguidores que identificarem o agressor do cantor.
O senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP) pediu punições à Fifa. “Se tem uma coisa que não combina com futebol é o ódio. Pessoas que vão aos estádios atacar os que pensam diferente não merecem e não deveriam estar lá. A Copa do Mundo deve ser de união. A Fifa precisa tomar atitudes urgentes. O que passou com Gilberto Gil não pode se repetir”, escreveu.
O deputado federal André Janones (Avante-MG) disse que a situação era um crime. “A nova onda da extrema direita é cometer crimes. É terrorismo, ameaça, injúria. O crime foi filmado, aparentemente o bandido se orgulha do que fez com Gilberto Gil (80 anos de idade), a quem presto toda a minha solideriedade”, postou, em seu Twitter.
Fonte: Correio