Sedã elétrico da BMW tem tela de 27 polegadas no painel

A primeira aposta da BMW em um carro elétrico aconteceu em 2014, com o lançamento do i3. Naquela época os eletrificados, incluindo produtos como o Leaf, da Nissan, e o Prius, da Toyota, seguiam linhas exóticas, com um conceito bem futurista. O veículo cumpriu seu papel de expandir a filosofia de eletrificação na marca e foi descontinuado neste ano.
A nova estratégia do fabricante alemão é diferente da primeira. O i4 está em sintonia com o portfólio da empresa. Um primeiro olhar menos apurado, e sem reparar na ausência de ruído do motor, poderia apontar esse carro como uma variante do Série 3.
Porém, apesar da similaridade das linhas, há muita diferença nesse gran coupé. Em termos de porte, o i4 é um pouco maior – são 4,78 metros de comprimento, 7 centímetros a mais que um Série 3 – e se destaca pela ampla porta traseira, o que faz dele um automóvel de cinco portas pois a tampa do bagageiro dá acesso direto ao interior. O porta-malas acomoda 470 litros.
Outra diferença é que o sedã elétrico está equipado com suspensão pneumática no eixo traseiro como item de série, enquanto o esportivo i4 M50 possui um modelo de suspensão adaptativa com ajuste específico M. Foi com essa configuração, que no Brasil custa R$ 596.950, que rodei na Alemanha.
Confira a avaliação do i4 M50 em vídeo |
Essa opção tem como foco os clientes que procuram desempenho mais esportivo. São 544 cv de potência e 81 kgfm de torque quase imediato. Com esse conjunto, o i4 acelera de 0 a 100 km/h em apenas 3,9 segundos, mesmo tempo do esportivo M3 – que utiliza um motor seis cilindros biturbo de 3 litros.
A força desse veículo é fornecida por dois propulsores elétricos, um em cada eixo. As baterias, que são acomodadas no assoalho, oferecem autonomia de até 510 quilômetros. Para recarregar, existem várias possibilidades, incluindo uma tecnologia que permite as cargas ultrarrápidas de até 350 kW. Esse modo permite carregar até 80% da bateria em apenas 19 minutos.
Impressões a bordo
Ao me aproximar do i4 para acessar seu interior uma particularidade chamou a atenção: a carroceria sedã tem linhas gran coupé com charmosos vidros sem molduras. Depois de me acomodar no banco, que tem ajustes elétricos, encaro a tela curva que se funde ao quadro de instrumentos, com 12,3 polegadas, e central multimídia, com 14,9 polegadas.
Nos primeiros quilômetros, até me ambientar, liguei tudo que havia disponível para auxílios à condução. E não é pouca coisa. Entre eles está um assistente inteligente que atua em situações de trânsito lento ou em longos deslocamentos. Ele informa o motorista, por meio de alertas visuais e sonoros, de condições de tráfego cruzado, riscos de colisão traseira, mudanças involuntárias de faixa de rolamento e controle e prevenção de aproximação frontal, entre outras funções.
E ao simples toque de um botão, o i4 refaz em marcha a ré nos últimos 50 metros percorridos. Ideal para quando você sai da vaga, esquece algo e precisar retornar.
Depois, já familiarizado com o trânsito e com o veículo, experimentei outros recursos do carro, que tem até um ronco artificial a depender do modo de condução escolhido. Para quem curte som, o sistema é fornecido pela renomada Harman Kardon, com 17 alto-falantes e 464 watts de potência.
Outras opções
A outra opção do i4 é a M40, que tem menos potência, e, consequentemente, maior autonomia (590 km). Há apenas um motor, que fica no eixo traseiro, que entrega 340 cv de potência e 43,8 kgfm de torque. Com esse conjunto, acelera de 0 a 100 km/h em 5,7 segundos. O preço também é menor: R$ 496.950, diferença de R$ 100 mil.
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O iX3 é a configuração elétrica do SUV homônimo |
Incluindo a MINI, que faz parte do BMW Group, o i4 é o quinto modelo 100% elétrico que a empresa oferece no mercado brasileiro. Os demais são i3 (que ainda tem algumas unidades disponíveis), o iX e o iX3, que foram lançados este ano, e o MINI Cooper S E, que chegou em 2021 ao país. Além deles, ainda estão disponíveis veículos híbridos plug-in, como X3, X5 e Série 3.
Fonte: Correio