Até os 49 minutos do segundo tempo o torcedor rubro-negro já tinha a resenha engatilhada para tirar um sarro de seus amigos tricolores. Tudo via whatsapp ou nos bares e lares espalhados pela cidade, afinal de contas a recomendação do Ministério Público do Estado da Bahia (MP-BA) por torcida única impede que tricolores e rubro-negros dividam o mesmo estádio. Contudo, a cobrança de falta de Arthur Rezende no último lance do jogo colocou o 2×1 no placar final e mudou as coisas a favor do Bahia. Um tabu foi quebrado e outro mantido.
Quem se espatifou foi a sequência invicta do Vitória, que estava há quatro jogos seguidos sem vencer o Bahia. Um triunfo conquistado no primeiro Ba-Vi do ano, pela Copa do Nordeste, e outros três empates.
Por outro lado, o tricolor segue firme e forte no santuário rubro-negro e desde 2017 não sabe o que é perder um jogo por lá: com o 2×1 deste domingo (1), chegou a três empates e três triunfos em sequência. A última derrota do Bahia, no Barradão, para o Vitória foi na semifinal da Copa do Nordeste de 2017 quando o Leão venceu por 2×1.
Muita provocação
O clássico dos elencos sub-23 do Vitória tiveram sabor de briga de gente grande. Com reviravoltas e muita provocação. No primeiro gol do jogo, o time do Bahia foi mais contido e apenas se ajoelhou em conjunto no meio-campo para agradecer aos céus pelo tento marcado por Anderson, aproveitando cobrança de escanteio de Arthur Rezende.
Contudo, a partir do empate as coisas esquentaram. Quando Eron subiu de cabeça para igualar o placar com o seu quatro gol no Campeonato Baiano, saiu correndo em direção a sua torcida no fundo do gol e fez a famosa pescaria, em alusão ao apelido de “Sardinha” que a torcida do Leão utiliza para zoar a tricolor.
Mas Eron acabou queimando a língua no último lance, quando Arthur Rezende deu números finais ao placar em bela cobrança de falta. Na comemoração, Gustavo, do Bahia, fez a polêmica dancinha de Vinícius. O “joelho, joelho, créu, créu e créu”.
No vestiário, o clima de provocação seguiu firme e forte. O atacante Caíque, que foi afastado recentemente por problemas de comportamento, filmou o clima de festa do elenco tricolor e mandou em alto e bom tom que o Vitória é “time de galinha”, retrucando a provocação de seu companheiro de posição.
“Quem manda aqui é a gente. Vitória é mamão com açúcar! Quem manda aqui é a gente, tá? Mamão com açúcar, time de galinha”, gritou Caíque. Ele ainda ganhou a companhia de Saldanha para afirmar que “quem manda aqui [no Barradão] é o Bahia”.
Fonte: Correio