Bahia

Resgate em Serrinha: Trabalhadores em situação análoga à escravidão são salvos

Operação conjunta descobre condições degradantes na fazenda Morrinhos e promete indenização por danos morais

Três trabalhadores rurais foram resgatados na última quinta-feira (20) durante operação conjunta que percorreu áreas entre Irecê e Serrinha. Na fazenda Morrinhos, dedicada à criação de porcos, bois, ovelhas, galinhas e avestruzes, o Ministério Público do Trabalho (MPT) encontrou condições de trabalho análogas à escravidão.

Segundo o MPT, os empregados viviam em situação precária, sem contrato formal, recebendo de R$300 a R$500 por semana e trabalhando de domingo a domingo, do amanhecer ao pôr do sol, com apenas um dia de folga – o vaqueiro atuava desde janeiro de 2020 e os demais, há três meses. Quando a equipe chegou, dois trabalhadores aplicavam agrotóxicos sem qualquer proteção, enquanto o terceiro cuidava dos animais. As acomodações eram insalubres: a cozinha funcionava em uma baia ao lado do chiqueiro, sem sanitários e sem água tratada.

As vítimas tiveram suas atividades suspensas e aguardam o pagamento imediato das verbas rescisórias, bem como seis parcelas do seguro-desemprego especial. Um dos trabalhadores já retornou para Serrinha, enquanto os outros dois aguardam a quitação para voltar a Araçás, no centro-norte baiano.

O MPT, em conjunto com a Defensoria Pública da União (DPU), encaminhará uma proposta de termo de ajuste de conduta que inclui indenização por danos morais. Caso não haja acordo, uma ação civil pública será ajuizada contra o proprietário, Geraldo de Aragão Bulcão, de 98 anos, que não compareceu à sede da Gerência Regional do Trabalho em Feira de Santana para negociar os termos da rescisão.

A operação evidencia a urgência de medidas que garantam condições dignas de trabalho e o fim de práticas abusivas na região.

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