Saúde

Estudo identifica síndrome em crianças relacionada à covid-19

Síndrome Multisistêmica é mais comum em crianças de 3 a 12 anos
Fernando Frazão/Agência Brasil

Uma equipe de pesquisadores do Hospital Monte Sinai, em Nova York, nos Estados Unidos, identificou uma pista importante sobre a origem da PIMS (Síndrome Inflamatória Pediátrica Multisistêmica), uma rara consequência associada ao novo coronavírus, que afeta crianças e pode causar mortes.

A maioria dos menores de idade infectados pelo patógeno têm sintomas leves, mas alguns desenvolvem esta PIMS, que inflama gravemente órgãos e tecidos como coração, os pulmões, os rins, o aparelho digestivo, o cérebro, a pele e os olhos.

Esta PIMS é considerada uma síndrome (um conjunto de sinais e sintomas), não uma doença, porque há muitas questões que ainda são desconhecidas, como a causa e os fatores de risco.

A maioria das crianças que são afetadas por esta síndrome tem de 3 a 12 anos, e as mais afetadas, tem uma idade média de 8 anos.

Apenas nos Estados Unidos, desde o início da pandemia da covid-19, foram notificados 2,6 mil casos desta PIMS.

Até agora, os pesquisadores do Monte Sinai de Nova York descobriram que determinadas células do sistema imunológico que combatem a infecção estão pouco ativadas nas crianças com esta PIMS, e que isso é associado a uma resposta inflamatória constante, uma marca distintiva do SARS-CoV-2.

O estudo, que foi publicado nesta quarta-feira na revista científica Nature Communications foi feito a partir do sequenciamento do RNA das amostras de sangue infectadas com o patógeno que estão armazenadas no Monte Sinai.

Graças a um amplo estudo, os pesquisadores deram um passo importante ao obter novas vias de exploração, que indicam complexas redes e subredes de genes, analisados em casos pediátricos desta PIMS e de covid-19 no hospital de Nova York.

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Uma das mais significativas destas redes de genes implicava na supressão de dois tipos de células imunológicas, as NK (células assassinas naturais) e as células T CD8+.

Pesquisas prévias tinham mostrado que quando as células T CD8+ combatem de forma persistente aos agentes patógenos, entram em estado de “esgotamento” e perdem a eficácia e a capacidade de proliferação.

O novo estudo indica especificamente que nos casos desta PIMS, as células T CD8+ estão nesta situação, o que debilitaria a resposta imunológica inflamatória.

Além disso, o estudo também revela que o aumento das células NK está associado às células T CD8+ fragilizadas.

“Nosso estudo descobriu que o esgotamento das células T nos pacientes com esta PIMS é um dos possíveis fatores que impulsionam a doença, o que sugere que um aumento, tanto das células NK, como das células T CD8+ esgotadas em circulação, poderia melhorar os sintomas da Noam Beckmann, professor da Faculdade de Medicina Icahn.

O estudo, além disso, encontrou nove reguladores chave desta rede de genes e apontam que, um deles, o TBX21 é um alvo terapêutico promissor.

Fonte: Saúde R7

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