O impacto da crise na terceirização de serviços

Não é recente nem inédito o fato de que as universidades públicas enfrentam cotidianamente dificuldades financeiras, como o contingenciamento de verbas governamentais para o exercício de suas funções básicas de ensino, pesquisa e extensão, sendo prejudicados de forma direta e indireta praticamente todos seus setores de atuação e projetos. No entanto, essa situação tem se agravado especialmente no período mais recente, levando essas instituições a trabalharem no limite de suas possibilidades, algumas delas prestes a encerrar suas atividades.
Nesse contexto, o ambiente universitário se encontra imerso em profundas transformações de gestão devido a essas tentativas de asfixiamento. Por falta de valorização e de apoio material, as universidades públicas buscam soluções alternativas para gerir os recursos cada vez mais escassos. Uma das formas encontradas para assegurar a manutenção de atividades essenciais ao seu funcionamento é a terceirização de serviços operacionais, como os de segurança, limpeza, administrativos, entre outras atividades meio, atendendo as necessidades da comunidade docente e discente.
Diante das sucessivas reduções e atrasos nos repasses de verbas destinadas às universidades federais, como é o caso da UFBA, a estrutura universitária tem cada vez menos condições de se manter administrativamente e operacionalmente ativa, colocando em risco, além de suas atividades essenciais, a manutenção dos colaboradores terceirizados.
E a transformação social a que as universidades se propõem, não será efetiva sem o reconhecimento e recursos financeiros necessários que atendam, também, as demandas desses trabalhadores da Educação.
Prof.Dr. Floriano Barboza Silva é Coordenador do Curso de Administração da UFBA e Profª. Drª Grace Rodrigues é Vice Coordenadora do Curso de Administração da UFBA
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Fonte: Correio