Direitos da população negra e dos povos ciganos foram discutidos pela Ouvidoria da DPE

“Direito de Ser e Existir da População Negra e Povos Ciganos”. Esse foi o tema da roda de conversa promovida pela Ouvidoria da Defensoria Pública da Bahia nesta terça-feira (03/08). O evento, transmitido e aberto ao público recebeu integrantes da Defensoria Pública, do poder público, lideranças políticas e membros de movimentos sociais.
De acordo com a ouvidora-geral da DPE/BA, Sirlene Assis, a ideia era criar uma articulação a nível nacional e estadual pela defesa do direito à vida, um canal de diálogo que possa evitar que novas vidas sejam ceifadas. A roda acontece após a morte de 8 ciganos de uma família em Vitória da Conquista, depois do assassinato de policiais militares. O caso é acompanhado pela Defensoria, que foi notificada por meio da Ouvidoria Cidadã. “Primeiro a gente conseguiu articular a liberação dos corpos para a sepultação. Segundo, queremos que pare o mata-mata. Se existe culpado, o Ministério Público deve acusar e a pessoa deve ser julgada e não ter sua vida ceifada”, explica.
Ela conta que a Defensoria Pública do Estado se comprometeu em realizar uma audiência pública estadual para discutir o direito dos povos ciganos e a violação que os povos sofrem. Em nível nacional, será realizado ainda um seminário nacional para discussão do mesmo assunto.
Durante o evento, ainda houve uma tentativa de invasão de hackers na roda de conversa. Cerca de 74 pessoas estavam na sala quando o ataque começou. Depois, o diálogo foi retomado e 54 pessoas assistiram o debate ser finalizado.
“Foi a roda da resistência. Fui hackeada em outros seminários, essa foi a terceira vez. Uma vez aconteceu em um seminário sobre LGBTQ+ na Defensoria. Em uma audiência pública sobre a qualificação da Lagoa do Abaeté também fui hackeada. Discutir os direitos dessas populações e ser hackeada é um absurdo. Mas está havendo uma grande mobilização nacional, e até internacional, porque o parlamento espanhol estava presente. Estamos ecoando e nos mobilizando”, diz a ouvidora-geral.
Estiveram presentes na Roda de Conversa da Ouvidoria: defensoras e defensores públicos; deputados estaduais; representantes do Policiamento Regional Sudoeste; da Superintendência de Direitos Humanos (SJDHDS); da Assessoria Especial da SEPROMI; da UNEGRO-BA; da Associação Estadual das Etnias Ciganas de Mato Grosso; representantes dos povos ciganos na Bahia; do Conselho Pastoral dos Pescadores e Coalizão Negra por Direitos; da Ouvidoria da Defensoria do Rio de Janeiro e da Coordenação de Política Criminal do Conselho Nacional das Ouvidorias Externas das Defensorias do Brasil; do Instituto Cigano do Brasil, dentre outros.
Fonte: Correio