Esporte

Borja mudou. Está humilde. E quer ficar no Palmeiras

Borja não esperava uma recepção tão calorosa. Gostou. E quer ficar no Palmeiras
Cesar Greco/Palmeiras

São Paulo, Brasil

Ele não esperava a recepção que teve.

Com jogadores brincando, o abraçando, felizes por sua volta.

Dirigentes também felizes.

As redes oficiais do clube dando espaço para suas opiniões, mostrando cenas da felicidade explícita dos companheiros.

Torcedores, em enquetes, pedindo nova chance.

E o técnico Abel Ferreira disposto a aceitá-lo no elenco.

Todo esse cenário mexeu com Borja. Depois de três temporadas sem se entregar, encarando o clube brasileiro como mero trampolim para voltar à Europa, sem envolvimento de alma, o colombiano parece ter entendido o tempo que perdeu. 

Fechado em si mesmo, desabafando suas frustrações com o venezuelano Guerra, que foi contratado por sua causa. Para ser o meia que o garantiria como artilheiro. Afinal, a dupla havia dado muito certo no Atlético Nacional, campeão da Libertadores, em 2016.

Os dois se tornaram grandes decepções. Guerra foi parar no Delfines del Leste, equipe da República Dominicana. E Borja, depois de três temporadas, não agradar Eduardo Baptista, Cuca, Felipão e Mano Menezes, a diretoria se cansou das queixas dos treinadores. 

Apesar Roger Machado gostou do seu futebol, mas uma artroscopia no joelhor direito acabou com a convivência. Porque na volta, recuperado, o atacante não encontrou mais o treinador, demitido.

A principal reclamação dos técnicos foi a falta de envolvimento com o clube. E ela  fazia aflorar o de pior no seu futebol. A falta de habilidade, por ter atuado muito pouco na base.  A falta de verdadeira intimidade, cumplicidade com os companheiros de time.

As reclamações, o estrelismo ao ser substituído ou não começar uma partida.

Somado a tudo isso, a declaração de amor ao Junior Barranquilla, onde foi jogar por empréstimo. Mas não foi comprado.

Deyverson, rival de posição, foi quem mais festejou Borja. Ambiente muito favorável

Deyverson, rival de posição, foi quem mais festejou Borja. Ambiente muito favorável
Cesar Greco/Palmeiras

Tudo pesou para que a diretoria do Palmeiras tivesse muitas restrições a Borja. 

O presidente Mauricio Galiotte encarregou o gerente Anderson Barros de encontrar um clube interessado. O atacante tem contrato com o Palmeiras até o final de 2022.

Aos 28 anos, Borja sabe que está em um elenco fortíssimo. E com treinador e com jogadores que o aceitam. Situação que não enxergava desde que chegou ao Palmeiras.

Ele sabe que o clube gastou R$ 70 milhões com o Atlético Nacional.

É a contratação mais cara da história palmeirense.

E precisa dar retorno. Ou dentro do campo ou sendo vendido.

Só que desta vez, ele quer ficar. 

Fez 109 jogos pelo Palmeiras e 35 gols. Marcou 11 deles na Libertadores.

Nas 59 partidas pelo Junior Barranquila, marcou também 35 gols. Se tornou jogador da Seleção Colombiana. Ficou um ano e meio no seu país. Seis meses parado, por conta da pandemia.

Ele acreditou que seria rejeitado, colocado para treinar separado no seu retorno obrigatório ao Palmeiras. Só que Abel Ferreira não quis essa situação. O técnico português quer perceber o quanto Borja quer ficar. 

O atacante está mesmo mudado, humilde.

“Sinto que melhorei muitas coisas. Quando cheguei ao Brasil, tinha 23 anos, agora estou um pouco mais maduro e feliz de estar de novo aqui no Palmeiras.”

A situação pode ser revertida.

Abel Ferreira já tem o atacante de lado do campo, experiente, habilidoso, que desejava. Dudu voltou ao clube.

E ele insistia em um artilheiro.

Borja está à disposição.

Desta vez focado no Palmeiras.

Querendo ficar.

Pelo menos no próximo ano e meio.

A diretoria estuda o que fazer.

E Abel Ferreira seguirá observando Borja.

Para inscrevê-lo ou não nas quartas da Libertadores…

Fonte: Esportes R7

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