Metade dos adultos já foram vacinados contra covid na Europa
Paul Zinken / AFP – 17.7.2021
Metade dos adultos europeus, ou 200 milhões de pessoas, está vacinada contra a covid-19, mas a variante Delta ameaça atrasar o retorno à normalidade e a recuperação econômica. O anúncio, válido para os países que formam a União Europeia (UE), foi feito pela Comissão Europeia nesta quinta-feira (22).
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Isto corresponde a “54,7% dos adultos” totalmente vacinados e a Comissão pretende que 70% deles estejam vacinados neste verão.
A variante Delta, identificada pela primeira vez na Índia, está causando uma nova onda de infecções em muitos países, especialmente na Europa, e está retardando a recuperação esperada, criando escassez de mão de obra no Reino Unido, por exemplo.
“A recuperação da economia está no caminho certo”, afirmou a presidente do Banco Central Europeu, Christine Lagarde. “Mas a pandemia continua a lançar sombras, especialmente porque a variante Delta é uma fonte crescente de incerteza”, acrescentou.
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No Reino Unido, centenas de milhares de pessoas que tiveram contato com infectados foram forçados ao isolamento por dez dias. A medida paralisou a economia e deixou prateleiras de supermercados vazias, suspendeu uma linha de metrô em Londres devido à falta de pessoal e atrasou os atendimentos policiais.
O governo britânico, que suspendeu quase todas as restrições, está agora sob pressão para relaxar as regras de quarentena.
A chanceler alemã, Angela Merkel, chamou o número de novos casos de “crescimento exponencial” e de uma “dinâmica preocupante”.
Desde meados de julho, o número diário de novos casos na Alemanha ultrapassou 1.000 em média e chegou a 1.890 casos nesta quinta-feira.
O número é muito inferior ao da França, imersa numa “quarta onda”, segundo o primeiro-ministro Jean Castex, poucas semanas depois de ter relaxado as restrições.
O número de infecções no país disparou 140% em uma semana e, na quarta-feira, ultrapassou o limite de 20 mil contaminações diárias pela primeira vez desde o início de maio. Há uma semana foram 9 mil.
Na França, como em outros países onde pessoas vulneráveis já foram vacinadas, o número de hospitalizações e mortes não está aumentando.
Na Espanha, que já vacinou 25 milhões de pessoas — mais da metade da população —, a justiça autorizou nesta quinta-feira a prorrogação do toque de recolher noturno decretado em Barcelona e grande parte da Catalunha por mais uma semana, aceitando o pedido do governo regional que luta há semanas contra uma explosão de infecções.
Na Itália, o governo exigirá a partir de 6 de agosto que as pessoas em seu território estejam vacinadas para entrar em espaços fechados como bares e restaurantes.
Na América Latina, que soma um total de 1,3 milhões de mortes e mais de 39,7 milhões de infecções, de acordo com o último balanço da AFP, a Argentina questionou a Rússia nesta quinta-feira por atrasos na entrega da segunda dose da vacina Sputnik V em uma carta na qual adverte contra quebra de contrato.
Na Bolívia, as autoridades de La Paz começaram a exigir desde quinta-feira um certificado de vacinação contra a covid-19 para a entrada no principal estádio da cidade, o Hernando Siles. A entrada de menores de 18 anos no recinto está proibida.
As autoridades sanitárias do Chile anunciaram nesta quinta-feira que irão aliviar as restrições nas fronteiras do país, que permanecem fechadas desde abril, para cidadãos e residentes vacinados.
Grupos dos Estados Unidos que se opõem ao embargo comercial de Washington a Havana anunciaram que enviarão 6 milhões de seringas de vacinação a Cuba, abalada por protestos recentes em meio à pior crise econômica em décadas e um forte aumento de casos de covid-19.
Com a rápida disseminação da variante indiana, os governos estão se concentrando na vacinação e, em alguns países, ela é obrigatória para profissionais de saúde.
Em breve, milhares de funcionários de hospitais públicos de Nova York terão que ser vacinados contra a covid-19 ou passar por testes semanais.
Portugal quer vacinar os jovens entre os 12 e 17 anos no início do próximo ano letivo.
As dramáticas consequências da epidemia global que já matou mais de 4,1 milhões de pessoas estão se tornando aparentes um ano e meio depois que a China relatou os primeiros casos de coronavírus.
A expectativa de vida dos americanos caiu um ano e meio em 2020, a maior queda desde a Segunda Guerra Mundial, de acordo com os Centros de Controle e Prevenção de Doenças (CDC), que atribuem muito desse fato à pandemia.
E a covid-19 terá um impacto de “longo prazo e longo alcance” na saúde mental das pessoas, alertou a Organização Mundial da Saúde (OMS).
Fonte: Saúde R7