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De 18 a 45 anos, vacinação em capitais do país tem grande lacuna etária

Enquanto a maioria das capitais brasileiras já convocou à imunização contra a Covid-19 a população entre 39 e 30 anos sem comorbidades, Belo Horizonte ainda está estagnada na imunização de pessoas com 40 anos – apesar de haver expectativa por anúncio de novos grupos ainda hoje. 

Sem uma unidade nacional, a diferença de público-alvo contemplado na campanha no país chega a variar até 27 anos. Atualmente, segundo levantamento realizado por O Tempo, a faixa etária para  vacinação oscila entre 18 anos a 45 anos.

A capital mais avançada do país no critério por idade é São Luís, no Maranhão, que já está imunizando pessoas a partir de 18 anos. A cidade também é capital com a maior porcentagem de pessoas imunizadas com a primeira dose, segundo dados do Ministério da Saúde. Por lá, 80,9% dos adultos já foram imunizados com ao menos uma dose e 18,6% completaram o esquema vacinação. 

Vitória é outro destaque. A cidade é a segunda capital com o maior percentual de adultos imunizados com a primeira e a segunda dose. O município já vacinou 75% do público-alvo com a primeira dose e 33,6% com a segunda dose. A capital do Espirito Santo fica atrás somente de Porto Alegre, que atualmente, já imunizou 39,1% da população com a segunda dose e está convocando a população acima de 33 anos para se imunizar. A cidade no Sul do país já vacinou 64,6% da população adulta com ao menos uma dose.  

A terceira cidade no ranking que mais vacinou até o momento é Campo Grande, que já imunizou 68,5% dos adultos com a primeira dose e 33,5% com segunda dose. Atualmente, a cidade está convocando pessoas a partir dos 34 anos para a imunização. (Veja mais na arte)

Belo Horizonte, apesar ter parado a vacinação nos 40 anos, é a quarta capital com melhor resultado na vacinação. A capital mineira já imunizou 63,1% da população adulta com a primeira dose e 26,7% está com esquema vacinal completo.

Segundo os especialistas, a diferença está nos critérios utilizados por cada cidade e até na quantidade de vacinas recebidas por cada Estado. Como foi o caso do Maranhão que recebeu doses a mais para conter a variante Delta, que inicialmente chegou no Estado. Outras cidades avançaram mais rápido por possuir menor população idosa. 

A epidemiologista Carla Domingues, que foi coordenadora do Plano Nacional de Imunizações (PNI), explica que não é possível fazer comparações sobre o ritmo da vacinação por idade nos municípios. “Isso porque a distribuição não foi feita de acordo com a população, mas pelos grupos prioritários e cada cidade tem um perfil. Os municípios do Sul do país receberam mais doses para idosos dos que aqueles do Norte, por exemplo. Outras cidades receberam mais doses para metroviários e portuários, algo que faz diferença”, diz a especialista, lembrando que Manaus, São Luís e Foz do Iguaçu são algumas que receberam doses extras para impedir o avanço de variantes do coronavírus. 

Para ela, a vacinação seria mais eficiente se tivesse avançado por idade após a imunização de trabalhadores da saúde, professores e forças de segurança. Mas com uma variedade tão grande de grupos considerados prioritários, muitos municípios se sentem à vontade para fazer o processo à sua maneira. “Existem muitos grupos considerados prioritários e cada cidade acabou vacinando do seu jeito. Tem cidades que vão avançando na idade, mas acabam deixando gente para trás. Não quer dizer que quem está na frente por idade esteja melhor”.   

Ritmo diferente na RMBH

Na região metropolitana de Belo Horizonte, diversas cidades já ultrapassaram a capital mineira. É o caso Contagem, Santa Luzia e Vespasiano, que já começaram a imunização dos moradores de 39 anos. Em Nova Lima, a vacinação também já avançou para a população com 38 anos. A mais adiantada é Confins que está imunizando pessoas com 25 anos.

Sem interrupção para grupos

Procurada, a Prefeitura de Belo Horizonte informou que não há nenhuma disputa entre municípios ou capitais. O objetivo é vacinar toda a população o quanto antes. O município informou ainda que adotou a estratégia de somente convocar novos públicos quando há doses suficientes para que todo o grupo seja contemplado.

“Com esse planejamento, Belo Horizonte nunca interrompeu a imunização em uma faixa etária. A estratégia impede também a escolha por imunizantes além de evitar uma corrida aos postos e aglomeração nos centros de saúde”, informou a PBH por meio de nota, destacando a importância de envio de novas remessas à cidade para ampliação da vacinação. 

A Secretária de Estado de Saúde, por sua vez, afirmou que a vacinação no Estado segue as diretrizes do Plano Nacional de Imunizações (PNI) e que o município que tiver completado o esquema vacinal dos grupos prioritários, e tiver dose disponível, pode avançar na imunização de outros grupos elencados pelo plano. A pasta destacou ainda que a logística de distribuição é feita assim que as vacinas chegam no Estado. O prazo médio para a entrega para as 28 Unidades Regionais de Saúde pode chegar até 3 a 4 dias. 

“A estratégia de distribuição para atender 853 municípios em diferentes regiões do estado é através das regionais de saúde. As Unidades Regionais de Saúde garantem a gestão do Sistema Estadual de Saúde, assegurando a qualidade de vida da população, além de implementar as políticas estaduais, assessorar a organização dos serviços de saúde nas regiões e coordenar, monitorar e avaliar as atividades e ações de saúde”, informou em nota. 

Até o fechamento desta edição o Ministério da Saúde não se manifestou.

(Com Cinthya Oliveira e Cristiano Martins)

*Os boletins epidemiológicos das capitais podem conter divergências com os dados do Ministério da Saúde devido a atrasos na atualização do sistema. Mas a título de unificação, a reportagem utilizou as informações disponíveis no portal do governo federal

Fonte: O Tempo

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