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Ainda é cedo para pensar na multidão do Carnaval, diz chefe de comitê de SP

Coordenador do Comitê Científico que presta auxílio ao governo de São Paulo nessa pandemia, o epidemiologista Paulo Menezes diz que é cedo para falar de Carnaval no país.

Ele destaca que a vacinação em todo Brasil tem avançado e a situação de 2022 deve ser diferente, e melhor, do que este ano, que não teve a folia de rua. Afirma, contudo, que a imunização sozinha não confere segurança a eventos com multidão do tipo que o Carnaval reúne.

Ainda é precoce pensar em uma situação de multidões na rua, com aglomeração, mesmo que seja daqui a três meses. Não é o momento de pensar nas grandes aglomerações do Carnaval. Ele movimenta milhões e milhões de brasileiros, de pessoas de fora do país“, disse Menezes, em coletiva nesta quarta-feira (24).

Antes, o epidemiologista já havia destacado que uma festa tipo o Carnaval é inédita no mundo pós-pandemia e exige cautela.

“Temos boas perspectivas, como já foi colocado hoje: o avanço da cobertura vacinal no estado de SP é exemplo para o mundo, e o que também temos de exemplo é conjugar o avanço da cobertura vacinal com outras medidas que têm garantido o nosso sucesso até o momento. [Mas] não podemos nos enganar e dizer que estamos livres da pandemia, livres do coronavírus. Ele está circulando, e por isso estamos mantendo as medidas com cautela”, disse. O governo paulista anunciou hoje que as máscaras vão deixar de ser de uso obrigatório em espaços abertos a partir de dezembro.

Menezes diz que o Carnaval envolve uma grande circulação de pessoas dentro do país. “Não vejo nenhuma diferença entre um evento no Sambódromo e outros eventos. O que a gente tem que discutir são as aglomerações não controladas: o Carnaval reúne milhões e milhões de pessoas no país inteiro, circulando de lá pra cá e de cá pra lá”, afirma, dizendo que agora é o momento de aguardar.

Em São Paulo, pelo menos 70 cidades já cancelaram o Carnaval por conta da pandemia. A capital, contudo, confirmou a festa e promete “o maior Carnaval da história”. Por todo país, a situação é desigual. Em Salvador, o prefeito Bruno Reis e o governador Rui Costa devem decidir conjuntamente sobre a realização da festa.

Fonte: Correio

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